O Segundo Livro das Crônicas
O Livro
Após sair do Egito e peregrinar pelo deserto rumo à conquista da Terra Prometida, o Povo Escolhido passou por um período de consolidação dessa conquista, que terminou com o Rei Davi, o maior de todos os reis de Israel. O Segundo Livro de Crônicas conta a história de seu filho, o Rei Salomão, e dos reis que o sucederam, após a divisão do Reino.
O Reinado de Salomão
Ao assumir o Reino, Salomão faz grande uma oferta ao Senhor. Deus então aparece diante dele e lhe pergunta o que deseja. O Rei lhe faz apenas dois pedidos: sabedoria e bom senso. Vendo que ele não lhe pedia riqueza, honra, longevidade ou maldades, Deus lhe concede o pedido e ainda diz que terá grande riqueza e honra para julgar o povo.
Reunindo homens e as riquezas que Davi juntara, Salomão constrói o Templo para que fosse a morada de Deus e a Glória do Senhor o encheu. Ali seria o lugar de adoração a Deus. Quando Salomão profere um discurso de inauguração do Templo, o fogo do Senhor desceu do céu e consumiu todos os sacrifícios que lá estavam, preenchendo o Templo com sua Glória. Salomão fez também uma casa para si e sua esposa, pois eram sagrados os lugares onde a Arca havia estado.
A fama e os feitos de Salomão se espalharam pela terra e todos os reis souberam que tinha grande sabedoria e que construiu um grande Templo para honrar a Deus e a nação de Israel. Foi então que a Rainha de Sabá veio a Jerusalém para verificar tamanha grandeza. Fez todo tipo de perguntas ao Rei, que respondeu a todas. Vendo que Salomão era realmente sábio e toda a grandeza refletia o que diziam sobre ele, entregou-lhe vários presentes na forma de tesouros.
Os Levitas e os Profetas
Salomão seguiu seu pai e manteve os sacerdotes designados por Davi. Após sua morte, com a divisão do Reino, os levitas, responsáveis pelos ritos sacerdotais, se voltaram para Judá, pois Jeroboão os perseguia em Israel. No decorrer do livro, são citados sempre os sacerdotes e suas funções nos cultos e rituais do Senhor. Além destes, profetas como Micaías e Elias passavam aos reis as orientações de Deus, e eram mais ou menos ouvidos pelos soberanos.
Os Reis de Judá
Jeroboão, um comandante de Israel, pretendia tornar-se Rei. Porém, após a morte de Salomão, o Rei por direito foi Roboão, seu filho. Jeroboão então reuniu exércitos de várias tribos para tomar o poder, mas Roboão resistiu e manteve domínio sobre Judá e Benjamin. O Reino ficou então dividido em dois: Israel, o Reino do Norte, e Judá, o Reino do Sul. Roboão preparava-se para retomar as terras de Israel, mas o Senhor lhe informou, por Semaías, que a separação do Reino fora obra sua, devido aos Pecados de Salomão ao desposar estrangeiras e cultuar os deuses delas. E determinou que o Reino ficasse dessa forma, que irmão não lutasse contra irmão. Seu reinado em Judá seria assegurado, pois o Senhor já havia determinado que a descendência de Davi teria sempre uma lamparina sobre Israel. Roboão, porém, não foi bom rei aos olhos do Senhor, pois não respeitou Sua Lei. Deus então insuflou o rei do Egito, que tomou cidades de Judá e invadiu Jerusalém, saqueando o Templo. A Descendência de Davi se sucedeu no Trono de Jerusalém, mas ninguém foi tão grande como Davi ou Salomão, pois não conseguiram acabar com outros cultos no Reino de Judá.
A Destruição de Jerusalém
Assim foi até o tempo do rei Ezequias, que reuniu os levitas e varreu Judá, chamando o Povo à Lei do Senhor. Ele reorganizou a vida religiosa e trouxe dias grandiosos à Nação de Deus, defendendo-a, com o Profeta Isaías, de todos os seus inimigos. Porém, Manassés, seu filho, sucedeu-o e reverteu suas obras, trazendo de volta os cultos proibidos. Agiu errado de tal forma que Deus decidiu destruir aquele Reino. Quando Josias, filho de Manassés, assumiu o trono e promoveu as restauração da lei do Senhor, restabelecendo inclusive a Páscoa, houve grande celebração. E quando ele morreu houve muita tristeza, inclusive a Lamentação de Jeremias. E os reis seguintes fizeram mau aos olhos do Senhor e viram Judá padecer sob os domínios do Egito e da Babilônia. Para o Senhor, o desrespeito da época de Manassés não tinha mais remédio. Houve a destruição de Jerusalém e o povo foi assolado e levado cativo para a Babilônia.