Atribuído pela tradição a Lucas, o Livro dos Atos é a continuação de seu Evangelho, retomando a narrativa dos últimos dias de Jesus e, depois, as atitudes dos apóstolos a partir da descida do Espírito Santo sobre eles, na formação da Nova Igreja, centrada na figura de Pedro. Além das mensagens proferidas perante os judeus, que resultaram em conversões, mas também em perseguições aos apóstolos, são mostrados os atos de organização da Igreja, como as decisões de empreender missões em viagens a comunidades cristãs distantes e os procedimentos de designação de novos representantes. São destacadas também as obras de Paulo, que mostram sua importância para a difusão do Cristianismo.
Após ressuscitar, Cristo aparece aos apóstolos e convive com eles por algum tempo. Além de profetizar seu retorno no futuro, Jesus passa-lhes a orientação de ficar em Jerusalém até receberem a promessa do Pai, pois desceria sobre eles o Espírito Santo. Ao dizer que eles seriam suas testemunhas até os confins da terra, Jesus lhes dá a missão de levar às nações do mundo a Boa Nova. Então, ascende aos céus. Ficando os apóstolos unidos em Jerusalém, escolheram Matias para o lugar de Judas e permaneceram em oração, até que, no dia de Pentecostes, o Espírito Santo desceu sobre eles e iniciou-se sua missão de reunir cada vez mais pessoas para a salvação.
Ainda em Jerusalém, os apóstolos viviam em oração e pregavam, realizando, por vezes, milagres. Em uma dessas ocasiões no Templo, Pedro proferiu uma grande mensagem, chamando muita atenção. Por isso, junto com João, foi preso e confrontado com os judeus no Sinédrio, onde foram repreendidos e avisados a não mais falar de Jesus. Mas eles continuaram falando e ajudando as pessoas, além de realizar prodígios em que davam sinais do Espírito Santo. Com o tempo, foram juntando mais seguidores e a Igreja foi crescendo, assim como as perseguições aos apóstolos.
Com a expansão da Igreja e o aumento de tarefas administrativas, surgiu a necessidade de delegar autoridade a mais pessoas, de modo que os apóstolos pudessem se concentrar em ministrar a Palavra. Elegeram-se então sete diáconos dentre os homens de boa reputação. Estevão, um desses homens, acusado de falar blasfêmias contra Moisés, defendeu-se perante o Sinédrio com uma grande mensagem sobre a história do povo judeu, que continuava com Jesus. No entanto, sua fala não acalmou os judeus e, entregando-se a Deus, foi executado. Depois disso, muitos seguidores se dispersaram com as perseguições dos judeus.
Ouvindo falar do trabalho de Filipe, um dos sete diáconos, Pedro e João foram levar a palavra à Samaria, onde confrontaram um místico chamado Simão. Filipe continuou obrando, como quando converteu um etíope. Pedro voltou para Jerusalém, mas depois disso pos-se a viajar pela Judéia, Galiléia e Samaria, por onde pregava o Evangelho e realizava grandes feitos, como quando curou o paralítico Enéias e ressuscitou Tabita. Em Cesaréia, após ter uma visão em que Deus lhe dizia para não evitar animais que achava impuros, Pedro é chamado à casa de um centurião chamado Cornélio, que queria converter-se. Lá, enquanto pregava para o romano, seus parentes e amigos, testemunhou O Espírito Santo descer sobre todos e mandou que todos fossem batizados.
A primeira viagem de Paulo foi com Barnabé, iniciando por Chipre, onde Paulo converteu um proconsul ao cegar um falso profeta. Depois, rumaram os dois para a Antióquia, onde Paulo proferiu uma mensagem narrando a história do Povo Escolhido desde o Egito até o Rei Davi, afirmando que Jesus é seu descendente. Isso provocou a ira dos judeus, que perseguiram os apóstolos. Em segunda viagem, PAulo esteve na Macedônia, onde levou a Palavra de Deus a pagãos, operando conversões e batismos e expulsando demônios. Com Silas, foi perseguido e preso ao falar da autoridade de Jesus, tendo por vezes que usar de sua condição de romano para ser libertado. Na Grécia, proferiu um sermão no Areópago, centro de Atenas. Deteve-se em Corinto por um bom tempo mas seguía viajando por Éfeso, Cesaréia e outros lugares. Apesar do perigo, viajou enfim para Jerusalém, onde foi preso. De lá, foi levado a outros lugares para ser julgado pelos governadores Félix e Festo e pelo rei Agripa, sempre defendendo-se com a Palavra, até que foi levado a Roma, onde continuou a pregar.
Os apóstolos se separavam em diversas missões ao mesmo tempo, surgindo naturalmente divergências sobre algumas questões. Diante disso, reuniram-se eles em Jerusalém para debater, principalmente, se os cristãos convertidos que não eram judeus deveriam seguir os costumes dos judeus. Ao fim, foi decidido que eles apenas não deveriam ingerir sangue ou carne sangrenta, além de não se entregar à idolatria e a relações impuras.